30 ottobre 2007

O que passou e nao contei

Foram dias maravilhosos os que passei quando meu Tio Silvio e primo Fabian estavam aqui. Tipica visita gostosa, que nao incomoda nem um pouco, faz companhia e ainda rende muitas boas risadas. Pessoas mais do que agradaveis e que agora que penso que foram embora sinto um grande vazio no meu dia a dia. Familia querida por perto faz falta e so quem mora longe de casa sabe o que significa.
Pela primeira vez viajei sozinha com a Giulia, sem o pai. Fomos, eu, Giulia, Silvio e Fabian passar uns dias em Valle D'Aosta com nossos parentes de la. Ganhei o record de mae mais veloz do mundo ao arrumar minhas malas e da Giulia em 1 hora, ja que normalmente para viagens assim costumava fazer com alguns dias de antecedencia.
Foi tudo muito bom. Muitos passeios e em um dos dias fomos ate a França de carro. Uma viagem de 2hs conversando sobre temas tabus em familia.
O mais divertido de tudo foi notar como crescemos e como nao nos damos conta disso. Quando sai do Brasil, considerava meu tio, um tio. Pessoa mais velha do que eu e que por isso merecia o meu respeito num sentido de filha para pai. Chefe da minha mae. A pessoa de sucesso em familia. E me encontrei nesses dias com um cara em que a idade ja nao importava mais para mim, que a minha filha o chamava de nonno, que tem inumeros problemas para resolver e que topa falar de igual para igual sobre esses assuntos (tem minha mae ai no meio), que é um cara divertidissimo para assuntos do dia a dia e que me fez rir como se estivesse com um amigo. E ai descubro que é muito bom fazer amizade. E principalmente com pessoas especiais da familia como titio e priminho Saviao (assim que a Giulia chamava o Fabian).
No meio de tudo isso teria mil historias para contar, mas como voces sabem que a sogra esta aqui, devem imaginar o quanto é dificil escrever essas linhas com ela, a cada 10 segundos me fazendo uma pergunta diferente, e idiota, claro. Volto com mais calma.
Ah..Alguem sabe se vende lexotan nas farmacias italianas? Da pra derreter no cafe dela, da nao?

Um pouco de paciencia que eu volto.

Volto ja! Prometo, ainda hoje. Com muita coisa pra contar.
E, pra sorte de todos voces, minha sogra chegou em casa hoje. Desespero total pra mim e diversao garantida pra voces.

11 ottobre 2007

Em familia

Como é bom e inexplicável a sensação de estar em familia. Fui buscar meu primo Fabian no aeroporto. Eram 3 anos que nao nos víamos. Um merecido abraço de saudades, muita conversa pra colocar em dia, malas cheias de presentinhos da minha familia querida, um jantar juntos e meu coraçao calmo so de saber que aqui dentro de casa tem uma pessoa importante e querida para mim como um verdadeiro irmao.
Amanha ele vai pra Londres, mas volta na segunda feira com meu tio que foi direto da escala de Paris para Bologna. Tanta felicidade e tanta ansiedade de passar otimos e felizes dias em familia.
Mamy, amei as blusinhas e a bota.
Tia Neide e Aline, amamos as castanhas de caju, o livrinho, os brinquedinhos os DVD's, gelatinas e docinhos.
Tomas, o tenis é maravilhoso!
Ainda nao deu para abrir tudo porque tem coisas na mala que nao sabemos de quem é, mas assim que titio chegar, organizamos tudo e termino de agradecer. Mas o principal de tudo foi sentir o enorme carinho de pessoas mais do que especiais para nos. E nao tem coisa mais importante do que isso.

A verdadeira Italia

Grande parte dos brasileiros que conheço e que nunca vieram a Italia, ou so vieram por alguns poucos dias a passeio, tem uma visao completamente fantasiosa do que é na realidade esse pais. Nao estou querendo afirmar que aqui seja melhor ou pior do que o Brasil ou outros paises, mas a tao famosa dolce vita so existe nos fimes.
Essa semana recebi a visita do meu amigo Marcelo com a namorada. Foram visitar algumas cidades e depois vieram para minha casa. Os dois reclamando da comida que é a mesma em todos os restaurantes que voce va. Pra quem esta acostumado com Sao Paulo, uma das maiores cidades gastronomicas do mundo, é estranho ver a falta de criatividade dos italianos na cozinha. Reclamaram também da enorme burocracia para resolver qualquer minimo problema e das respostas frias dos italianos quando se é perguntado alguma coisa. Por exemplo, todo trem tem um bar, mas nao todos tem um restaurante. Na viagem deles de Arezzo para Milano, querendo comer qualquer coisa, perguntaram ao responsavel da cabine em qual vagao ficava o restaurante. A resposta foi: "Nao tem restaurante". O normal nao seria responder: "Nao tem restaurante, mas tem o bar na cabine X"?. Pois é. Italiano responde aquilo que voce pergunta e basta. E também so entendem se voce falar com todas as letras. Nao é como o brasileiro que se esforça para entender qualquer lingua ou dialeto.
Fomos passear juntos pelo centro de Milano e depois procurar um restaurante para jantar. Se voce deixar passar o tempo, vai ser dificil encontrar algum aberto. Aqui tem horario pra tudo, inclusive para almoço e jantar. Encontramos um aberto finalmente e a namorada do meu amigo pediu um spaghetti alla carbonara sem pimenta. Chega o prato cheio de pimenta. Reclamamos e o garçom nos diz que era so decoraçao. Ok. Decoraçao que seja, ela é alergica. Trocam o prato e trazem um novo sem pimenta mas pelo visto, também sem ovo. Reclamamos de novo e o garçom, depois de falar com o cozinheiro, nos diz que é uma nova tecnica que escondem o ovo. Como assim? Se eu peço pasta com ovo e bacon, nao quero que escondam o ovo, nao é mesmo? Rimos muito lembrando que estavamos em um restaurante Napoletano. E como voces sabem, napoletanos adoram enganar as pessoas, pensando que eles sao os inteligentes e todos os outros cretinos. Ok. Melhor nao brigar, comer e ir embora. E assim foi.
No dia seguinte, os dois foram para Lecco. Estacionaram o carro numa grande loja de eletronicos para ver preços de um Lap Top. Quando voltam, perceberam que o vidro do carro estava quebrado e roubaram as tres malas que eles tinham. Por sorte, duas vazias e uma cheia de roupas sujas. Mas como assim? O casal sai de Sao Paulo, uma cidade violenta e vem ser roubado na Italia. Uai! Mas aqui nao é a tao sonhada Europa dos Brasileiros?
Caros, bem vindos ao mundo real. Essa Italia que voce quer so existe dentro da tua cabeça.

08 ottobre 2007

Programa de indio

Se o meu pior passeio em Sao Paulo era ir ao shopping, aqui é bem diferente. Ontem, domingo fomos com amigos ate a Suiça pegar castanha na montanha. Fizemos pic nic com as crianças, tivemos visitas inesperadas como ovelhas e cavalos e nos divertimos muito. Mas me sinto ainda mais "indio" tendo que separar todos os 10kg de castanhas que pegamos para dar aos amigos ja que eu nao suporto aquela proliferaçao de vermes que elas causam.
Alguem aceita?

03 ottobre 2007

Tem dias que o melhor a fazer é nao sair da cama.

Como se nao bastasse a minha vergonha de ontem, no jantar com a Monica e marido que teve a borboleta noturna como convidada especial, grudada na trave de madeira no teto da minha sala e que no meio de uma conversa com todos sentados no sofa, vi aquela coisa nojenta vindo em minha direçao e sem ninguem entender nada, me joguei no chao gritando, ontem foi aida pior.
Eu sabia que o eletricista, marido da minha vizinha, viria hoje as 11 da manha. Acordei com calma as 9hs e fazendo coisas em casa, continuei com meu pijama azul calcinha com umas bonequinhas desenhadas na calça. Horrivel. Toca a campainha. Pensei em nao responder, mas toca de novo. Italiano que é italiano é assim. Insiste ate voce abrir a porta. Abri com a Giulia no colo tentando esconder meu pijama ja que a cara amassada e cabelo em pé nao teria soluçao. Coisas de Paula. Gafe é comigo mesma.
A tarde, depois da sonequinha diaria da Giulia, das 14hs ate as 15h30, fomos ao parque perto de casa. Brincamos um pouco ate que vi um rosto conhecido. Eu olhei pra ele, ele olhou pra mim, mas como sou a recordista em esquecer a cara das pessoas, continuei brincando com a Giulia ate que ouço um "ei, napoletana!". Apontei para mim mesma: "eu?". E ele me pergunta em seguida se nao sou eu a brasileira casada com um napoletano. Sim!!! Marco!!! O rapaz que conheci la mesmo, naquele parque quando estava procurando casa em Milano! O Marco, o Marco! Aquele que morava em Sao Paulo, perto de casa! Fiquei toda feliz de reencontrar ja que tinha perdido o telefone dele e passamos um bom tempo conversando enquanto nossas filhas brincavam juntas.
Na volta, corro ao supermercado que estava para fechar. Precisava comprar açucar ja que no dia anterior, no jantar com a Monica nao pude nem oferecer café por falta de açucar. Comprei também alguma coisa para fazer um jantar rapido, sem ter que cozinhar muito e voltei correndo pra casa com a sacola cheia de coisas pra colocar na geladeira. Procuro a chave dentro da bolsa do carrinho e nao encontro. Nos bolsos, nada. Na jaqueta, também nao. Na minha bolsa também nao estava. Tirei tudo da bolsa, virei ao contrario, revirei a sacola. Ok. Perdi a chave, Gianluca esta voltando de Bologna e a vizinha nao estava em casa. Sortuda como sempre. Esperei tentando distrair a Giulia da fome ate que Cinzia chegou. Quando eu estou nervosa, encho os olhos de lagrima. Ela ficou com pena de mim, me levou pra casa dela, tentou me acalmar enquanto o marido, Roberto, cozinhava para todos nos. Gianluca obvio que ficou bravo porque é o segundo maço de chaves que eu perco. E era o ultimo. Ele tinha so uma chave reserva no bolso. Depois do jantar, Gianluca foi sozinho ate o parque, com uma lanterna, procurar pela chave. Eu nao fui junto porque tenho horror a parque no escuro. E causei uma discussão porque todos achavam que eu o deveria acompanhar. Ja imaginava aquelas cenas que se ve sempre no TG, mostrando a mulher violentada e o marido amarrado na arvore. Ele foi, sozinho, voltou e nada. Voltamos pra casa e... Surpresa! Gianluca encontrou a chave dentro da bolsa. Numa parte onde o forro rasgou. E voces nao imaginam a vergonha de ligar pra Cinzia e dizer que depois de toda a bagunça feita na casa dela, encontrei a chave dentro da bolsa.
Melhor acabar logo com esse dia. Boa noite.