18 gennaio 2008

Recado dado. E nao é para quem parece ser..

Uma das coisas que eu teria que me acostumar novamente morando no Brasil é a falta de credibilidade que o brasileiro se faz ter. No sentido de falar uma coisa e fazer outra, prometer e nao cumprir.
Pontualidade também nao é o nosso forte. Reuniao de brasileiro tem hora marcada para as 10 e começa ao meio dia. Tudo bem. Amigos se encontram e prometem se encontrar no dia seguinte mas desaparecem.
Acho engraçada também a cara de pau. Isso no brasileiro é como etiqueta na roupa. Nao tem um que nao tenha. Ai eu tenho que suportar neguinho que me pede um favor, eu entrego o caminho da soluçao para o problema que ele teria que resolver sozinho e mesmo assim nao ta bom. Neguinho quer o problema solucionado mesmo que ele nao seja meu. E mesmo que ele nao faça parte da minha vida. Brasileiro é folgado e preguiçoso. E pretende muito dos outros sem fazer nada.
Mas antes que voce escreva um comentario brigando comigo, confesso que mesmo sem ter o sangue brasileiro, mas tendo nascido e morado por muitos anos no Brasil, eu também tenho muitos desses defeitos e tento disfarçar ou aprender alguma coisa com o povo daqui.
Por exemplo, eu acho sacanagem a Monica ter falado anos atras que iria fazer as empadinhas pra mim e ate hoje nao fez. Diz ela que nao tem as forminhas. Ok. E pergunta se eu, brasileira folgada e pretensiosa como sou, fui comprar as forminhas pra ela? Nao. E ainda tenho a cara de pau de escrever... Somos todos iguais.
Monica, foi so pra dar um exemplo mesmo sem segundas intençoes, viu? Mas quando eu chegar no Brasil e for na padaria voce ai ficar com dor de barriga. Ah se vai!

09 gennaio 2008

De volta pra casa

Eu vou chegar no Brasil, descer do aviao e respirar bem fundo o ar de casa que nao sinto ha 4 anos. Vou passar pela porta da alfandega e dar de cara com meu irmao Tomas que vai me buscar sozinho para caber no carro as muitas malas que vou levar cheias de presentinhos que eu devo a todos que me mandaram nesse tempo que estive aqui. Ele vai pegar a Giulia no colo e do jeito que ele gosta e se da bem com crianças, ela logo vai se apaixonar pelo titio grandao. Eu também vou querer sair de la, de maos dadas, abraçada e ele vai ficar todo timido como sempre ficou. Vou olhar a marginal tiete de um jeito que nunca olhei antes. Com saudades e achando tudo lindo. O transito organizado e silencioso, nada parecido com o de Napoli e as ruas largas e nada parecidas com as de Milano. Vou direto para a casa da minha mae e sei que ja ao entrar no predio meu coraçao vai parecer explodir de felicidade. Ela vai abrir a porta e com certeza nem vai perceber que eu estou ali, mas sim a Giulia que vai ser paparicada e beijada ate nao poder mais. Mas vou ficar cheia de ciumes e vou querer os meus abraços e beijinhos da mamae que nao recebo ha 2 anos desde que ela veio a ultima vez aqui na Italia. Vou correndo atras do meu gato, o Kiko e ele como sempre vai fugir e se esconder em baixo dos lençois da cama. Vou tomar um banho e nao vou conseguir esperar para ir tocar a campainha dos meus vizinhos queridos. Tia Grazia vai ser a primeira. E vou abraçar muito. Fabiola, Vanessa, Geni, Rita, Marina e todos que estiverem ainda morando por la. Fazem parte da minha vida e nao vejo a hora de ver a todos.


Vou na casa da minha nonna e sei o quanto ela vai se emocionar em ver a Giulia. Vai ser estranho levar ela para brincar no pateo do predio onde ia passar dias e noites junto com minha prima. E por falar em prima, ja que vou estar ali perto, nao vou resistir e vou ate a casa dela. E vou abraçar tanto a Aline e minha Tia Neide que sempre estiveram presentes na minha vida aqui, mesmo com tanta distancia e vamos passar horas colocando todos os assuntos em dia enquanto Giulia mata a saudade que ela tem do Tio Fabian (Zio Saviao) e do Tio Silvio. E o Silvinho ela nao vai lembrar que era muito pequena quando ele veio, mas tenho certeza que vai se apaixonar como eu me apaixonei quando o vi depois de muito tempo aqui.
Vou ligar para cada um de meus amigos. Vou querer ver todos. Vou ver meus gatos na casa do Marcelo e conhecer a danceteria dele, vou organizar um desfile com o Ricardo, vou ver o Joao Paulo no escritorio e lembrar do tempo que passou. Vou levar a Giulia pra comer na Pizza Hut do Morumbi, onde eu trabalhava e vou levar ela em cada lugar que eu fui. Quero ver o pessoal da noite que eu sinto saudades a cada dia que passo aqui longe deles e lembrar o quanto era cansativo mas o quanto eu era feliz fazendo aquilo que eu amo e sei fazer.
Vou na casa do meu pai. Vou conhecer a mulher do meu irmao, que se nao fosse por ela nao teria noticias e nem fotos da minha sobrinha princesinha linda e vamos colocar as duas, Aninha e Giulia pra brincarem juntas na sala. E vou passar horas, mas diria ate dias conversando com a Cris. Rindo de tudo o que passou e sei que vou esperar que meu pai desça as escadas a qualquer momento. Mas ele nao vai descer. E assim finalmente vou perceber que ele nao esta mais la, coisa que ainda assim de longe esta dificil de acreditar. E sei que vou chorar. Mas vou ver chegar a minha avo Nicette que eu tenho tanta saudade e vou perceber o quanto vale a pena estar perto da minha familia. Dos meus amigos e de pessoas que eu amo de verdade. E a unica coisa que vou me arrepender é de nao ter feito antes o que estou fazendo agora. Queridos, estou indo em março para o Brasil! Preparem-se para me mandar embora porque dai eu nao quero nunca mais sair.