Papai Noel
Acho que foi meu irmao Tomas que me convenceu que Papai Noel nao existe. Nao lembro se foi ou nao um trauma, mas nao acredito que tenha sido. Se o vehinho para ele nao existia e estava tudo bem, pra mim também estava. Comemoravamos Natais felizes e cheios de alegria, quando crianças, na casa da minha Tia Neide. Uma grande arvore, toda enfeitada, cheia de chocolates pendurados, o tradicional peru brasileiro, comidas especiais feitas por ela e sobremesas maravilhosas da minha mae. O envelopinho da nonna recheado de dinheiro, presentes de toda a familia que se reunia com um clima inexplicavel de carinho e prazer de estar juntos. Pelo menos era isso o que eu sentia. Nao me importava o Papai Noel. Importava mesmo era estar la. Com eles. Brincando com meus primos.
Ontem expliquei pra Giulia quem é o Babbo Natale. Falei que como ela foi boazinha o ano todo, ela teria que pedir pra ele alguma coisa. E que ele chegaria na noite de Natal com o que ela quiser. Tudo, qualquer coisa voce pode pedir. Ela olha pra porta onde penduramos juntas um Papai Noel verde comprado o ano passado em Napoli e diz que vai pedir alguma coisa.
Mais tarde, deitadas na cama, pergunto:
- Giulia, allora, o que voce vai pedir pro Papai Noel?
- Nao sei mamae.
- Pede o que voce quiser. Uma boneca, uma bola que voce gosta, uma bicicleta nova.
- Mamma, eu quero um prato.
- Um prato, Giulia?
- Sim.
- Certeza?
- Sim mamae, um prato amarelo.
- Nao quer uma boneca?
- Nao. Quero um prato amarelo.
Eu juro que alimento minha filha diariamente e como se deve.
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