06 aprile 2007

Educaçao familiar

Ontem minha sogra me ligou pela manha e meu sogro veio em casa. Ambos queriam esclarecer o que aconteceu. Falei com calma para os dois tudo o que estava entalado na garganta ha tres anos, desde que cheguei aqui. Falei que nao quero somente ser tratada como filha, como eles mesmo dizem, porque me dao tudo e nao me deixam faltar nada. Mas acima de tudo, quero respeito.
Eles ouviram e chegamos a conclusao que o erro foi que eu sempre coloquei o Gianluca como intermediario de tudo. E ele, nao tem a liberdade de falar abertamente com os pais. Exemplo disso foi quando a Giulia nasceu e, como tive complicaçoes pos parto, nao queria receber a visita de ninguem, mas o quarto daquela maternidade estava cheio de convidados da minha sogra, sempre. Em casa a mesma coisa. Eu nao estava bem e eles achavam, ate o dia que fiquei realmente mal, que era frescura minha. Gianluca ao inves de falar abertamente com os pais, impondo a vontade da nossa familia, tentava colocar panos quentes e acabava nao funcionando.
Enfim, chegamos a um acordo que quando eles fizerem algo que nao me agrada, eu mesma falo com eles, evitando assim conflitos posteriores.
Eu tive uma educaçao muito aberta com meus pais. Sempre tive a liberdade de falar sobre tudo. Sexo, dogras, desejos, medos. Mesmo que acabasse em briga, tudo era dito. E meu pai sempre dizia que a maneira mais eficaz de respeita-lo, era te-lo como amigo. Ele dizia ainda que se um dia eu fizesse algo de errado, as unicas pessoas que estariam realmente ao meu lado era ele e minha mae. E assim foi. E assim é.
Ja a familia do Gianluca, nao sei se por ser italiana, napoletana ou simplesmente a familia do Gianluca, nao ofereceu nunca nenhuma abertura para os filhos. O que os pais dizem é lei. E o que nao for obedecido, tem que ser escondido. Absolutamente nunca falaram sobre sexo. Nunca falaram sobre temas que nao sejam respeito aos mais velhos, futebol e politica com o pai. E tudo o que é relativo a cozinha e vida alheia com a mae.
Stefania e Gianluca sempre tiveram tudo aquilo que sonhavam. Era preciso um computador novo? Um carro novo? Um motorino novo? Eles tinham. A mae passou o dia cozinhando uma lasanha e quando eles chegavam em casa queriam comer peixe? A mae fazia.
Na minha casa nao era assim. O que eu queria, tinha que conquistar. Nunca me faltou nada, mas todo o "extra" eu e meu irmao tivemos que conquistar com nosso proprio trabalho.
E hoje agradeço a educaçao que tivemos. Porque eu sei me virar sozinha. Porque eu sei o valor que as coisas tem e a dificuldade que é conquistar qualquer coisa material. Eu sei que a mentira nao leva a nada. E sei também que respeitar aos mais velhos nao é sinonimo de mentir aos mais velhos.
Vamos ver se daqui em diante as coisas entre nos comecem a mudar.


2 Comments:

Anonymous Anonimo said...

Paulinha, com certeza tudo vai entrar nos eixos a partir de agora.
Estava lendo o q perdi, e queria ler o post da Rosana, vc se recorda que dia foi?
bjs

7:51 PM  
Anonymous Anonimo said...

A maior parte desse texto poderia ser escrito por mim. Eu uso meu marido como intermediario quando quero mandar recado pra eles(meus sogros) e meu marido nao tem muita liberdade e mede as palavras pra falar com os pais, isso pela criaçao que teve. Sexo??? Nossa, isso era assunto terminantemente proibido dentro da casa dele.
O que eu tenho que fazer é deixar as coisas claras como vc fez, assim facilita tudo.

9:24 PM  

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