16 febbraio 2007

Dependência Psicológica


Dependência - do Lat. dependentia
s. f.,
sujeição;
subordinação;
acessório;
anexo;
filial;
relação;
conexão entre dois ou mais objetos que faz com que uns não possam existir sem os outros.
Pois é.
Eu tinha um namorado, não aquele que me traiu com a vizinha de prédio, nem aquele que saiu com minha amiga, nem aquele que sumiu e nem aqueles que eu dei o fora. Mas acho que o primeiro sério. Serio de verdade. Que se envolveu com a família, participava de almoços, jantares, festa da vovó, que estava ate presente quando não deveria, no meio de uma briga de irmãos. Trabalhamos juntos, vivemos coisas novas juntos, aprendemos juntos, sofremos juntos, rimos juntos e superamos tantas dificuldades juntos. Era tudo junto. Eu era ele e ele era eu. . Era uma dependencia tão grande que eu nem sabia como viver sem ele. Ai, um dia, sai de casa sem ele. Com uma amiga. E conheci um rapazinho que me fazia rir muito, que me divertia horrores, que conversava. E descobri ali que eu não era dependente de ninguém. Nem do meu namorado que já tinha ate se transformado em irmaozinho e nem do rapazinho da balada. Mas hoje tenho o rapaz como amigo. Amigao mesmo. E é muito legal. Confio e adoro dar otimas risadas com ele, dizer o que se passa com a minha vida e ele com a dele. O novo é sempre melhor.
Eu tinha um travesseiro. Ele praticamente cresceu comigo. Estava presente em todas as noites da minha vida, acho que desde quando meu pai se separou e deixou o travesseiro pra mim. Eu ia dormir na casa de amigas? Ele ia junto. Viagens? Ele foi junto. Ate em viagens internacionais ele estava comigo. Fazia viagens Brasil - Itália com ele no meu colo. Ele era meu abraço portátil. Aqui na Itália ele me ajudou muito quando a velha de cima começou a andar de salto. Eu colocava ele em cima da cabeça, tampando meus ouvidos e dormia tranquila sem ouvir nenhum barulho. Foi otimo protetor contra o ronco do Gianluca. Serviu também quando eu estava gravida. Ele apoiava a minha barriga como ninguém. E eu, com a Giulia dentro de mim, dormia tranquila. Eu não sabia como viveria sem meu travesseiro. Ontem a Giulia passou mal e vomitou em cima dele. Não pensei duas vezes antes de colocar imediatamente na maquina de lavar. Afinal, poderia suportar, embora não sem dor, dormir uma noite sem ele. Mas não todas. Quando tirei da maquina de lavar. Pluft! Ele morreu. O que tinha dentro estava fora e não gostei do que vi. Coitado, deveria estar muito, muito doente mesmo. Velho pra caramba.
Ai peguei um travesseiro que eu tinha comprado na Ikea ano passado. Novinho porque nunca tinha usado antes. E confesso. Tive uma noite maravilhosa e percebi que posso muito bem viver e dormir sem meu travesseiro antigo. O novo é muito melhor. Macio. Branquinho e com cheiro de novo.
A dependencia é psicológica. Garanto.