A Mudança
Vamos começar pelo inicio. Fiquei doida com tanta caixa no meio do meu apartamento em Napoli. Mas dentro de mim, alguma coisa gritava dizendo que eu estava tomando a melhor decisão. Não tive medo de me arrepender e nem medo do que estava por vir numa cidade nova, afinal de contas, la onde eu estava, já era insuportável.
As 8hs da manha, chegaram 5 homens em casa. Eu tive a impressão que os Power Rangers estavam entrando. Com ferramentas nas mãos que mais pareciam armas, mal entraram e ja foram desmontando o movel do corredor. Por ironia, olhei pela janela e vi o caminhão da mudança. "La Napoletana Traslochi". Fiz ate uma foto porque Napoli tinha que entrar na minha vida ate o ultimo momento de sair daquela cidade. Não poderia ser um caminhão "La Milanesa" ou "Granero Transportes"? OK.
Vi minha casa ser completamente desmontada em algumas horas. Depois de tudo colocado no caminhão, fomos fazer compras para a viagem e dormimos na casa da minha sogra. Não teve festa, nao teve surpresa. Um "boa sorte" dos pais do Gian, uma lagrima nos olhos da minha sogra e muita, muita emoção no meu coração. O sonho estava para se realizar.
A ida
Eu confesso. Já viajei muito de avião. A primeira vez com minha mãe, quase todas as outras sozinha. A ultima gravida de 7 meses da Giulia. Mas não sei o que deu em mim. Talvez um ataque de bobocona que me dizia para ir a pé, de mula, mas não de avião. O Gian, de qualquer maneira teria que ir com o carro. Eu poderia escolher: Ir com ele de carro e enfrentar uma viagem de 12hs com a Giulia, ir de trem numa viagem de 6hs sozinha com a Giulia ou o avião. Escolhi, na ultima hora em ir com ele de carro. Pelo menos assim, estaríamos todos juntos. Para o meu espanto a viagem foi maravilhosa. Viagens longas de carro com uma criança pequena normalmente são terríveis. Tem que parar pra trocar fralda, parar para dar uma respirada, parar para comer. Mas não. Saímos as 7h30 da manha, paramos só em Firenze para o almoço e chegamos por volta das 17hs em Milano. Não te digo a emoção de ver na autoestrada as placas escrito "MILANO". Eu não estava indo visitar Milano. Eu estava indo morar em Milano, entendem? Com a minha família. Pra uma vida nova e cheia de expectativas boas.
Fiz vários filminhos da nossa chegada. E viemos direto para o apartamento ver como estava depois da pintura. Otimo.
O Dia
Dormimos no hotel. Acordamos cedo e fomos comprar produtos de limpeza. O Gian me deixou no apartamento, coloquei a Giulia sentada no chão da sala vazia vendo um filme do DVD portátil enquanto eu limpava a casa. Meia hora depois chegou o caminhão da mudança. Abri a porta para entrarem e junto com eles, entrou uma barata. Eu ja tenho nojo de barata, mas juro pra vocês que barata italiana é pior do que a brasileira. Grande, mais redonda, mais alta e preta. Gritei tanto que quase matei do coração um dos meninos da transportadora. Pensei que eu sou realmente uma garota de sorte. Troco os ratos de Napoli pelas baratas de Milano. Não sei o que é pior. Alias, acho que a barata porque tenho arrepios só em pensar que pode ter uma barata escondida em algum lugar do meu apartamento. Mas enfim, montaram os moveis em algumas horas. Por alguns dias não almoçamos em casa porque eu queria ter a certeza de que outras baratas não apareceriam por aqui. Apareceram. Claro. Por sorte mortas. Garota de sorte como eu, é garota de sorte ate o fim. Combinamos com o proprietário do prédio que nos faríamos a dedetização e não pagaríamos aluguel por 15 dias. Otimo.
A vida aqui.
Moro numa cidade que esta a 3km de Milano. Cidadezinha pequena, muito organizada, muito limpa. As pessoas sao extremamente sorridentes e simpáticas. O meu prédio fica na frente de uma escola infantil e de uma academia publica com piscina. La, o governo organiza cursos maravilhosos para pais e filhos como natação infantil para bebes de ate 3 anos junto com a mãe, luta, dança e varias modalidades de esporte. Na rua de trás, um parque lindo, limpo, com brinquedos para crianças e um lago cheio de patos, tartarugas, coelhos e galinhas. O centro histórico também fica bem pertinho de casa e é lindo. Uma rua bem comprida cheio de lojinhas, uma igreja, uma fonte. E proibido a passagem de carro. Um lugar otimo para passear com crianças ou ir tomar um sorvete no final da tarde.
O meu prédio é de propriedade de três irmãos. Tem vários apartamentos mas só quatro alugados para pessoas "estranhas". Um é o meu, o outro da Elisa (a brasileira), e mais dois para outras duas famílias. Tem um espaço enorme, cheio de plantas. Uma churrasqueira com uma mesa enorme feita de árvore cortada. Cadeiras de balanço. Gaiolas gigantes com periquitos, plantação de verduras e legumes, árvores com frutas e também algumas galinhas. Uma chacara praticamente.
Os moradores são todos sorridentes e gentis. Todos vieram se apresentar quando chegamos aqui e quando nos encontramos, sempre param para um dedinho de prosa. A sorte foi também encontrar uma brasileira no mesmo prédio. Elisa, casada com Alex, pais do Lorenzo de 5 meses. Uns amores. E otimos guias turisticos. Já nos levaram para conhecer alguns lugares aqui perto, indicaram outros e Elisa é a minha companheira do dia a dia. Vamos juntas fazer compras, eu ajudo a cuidar do Lorenzo pra ela tomar banho ou fazer as unhas, almoçamos algumas vezes juntas e é bravissima em fazer escova no meu cabelo.
Enfim, caros, estou bem. Mais tranquila, mais realizada. Agora a concentração esta para a Giulia ir na escolinha, eu arrumar um emprego fora de casa e ir em frente. Mas não pensem que não tenho mais assunto porque aqui também acontecem coisas bizarras. E a melhor noticia para vocês: Minha sogra chega dia 19 para passar uns dias aqui.
Porque o show não pode acabar.
1 Comments:
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